02/05/2025
Sentir-se sozinha no processo de criação dos filhos é uma realidade para muitas mães, mesmo quando estão rodeadas de pessoas. A ausência de apoio emocional genuíno, a falta de espaços de escuta e o afastamento social são fatores que intensificam essa sensação de isolamento, impactando diretamente o bem-estar da mulher e o vínculo com a criança.
O turbilhão de transformações físicas e emocionais no puerpério, associado à privação de sono e às novas responsabilidades, cria um ambiente propício para a solidão. A rotina intensa e as exigências do cuidado materno também dificultam a manutenção de relações sociais anteriores, agravando o distanciamento e o sentimento de invisibilidade.
Bruno Alencar, assessor pedagógico do Colégio Anglo Itapema, destaca que construir redes de apoio é uma das estratégias mais importantes para enfrentar essa fase: “A criação de vínculos verdadeiros com pessoas que oferecem escuta e acolhimento pode transformar a experiência materna e fortalecer a saúde emocional da mulher”.
Procurar grupos de apoio, participar de rodas de conversa e buscar amizades que compartilhem experiências semelhantes são formas efetivas de romper o isolamento. Muitas mães encontram na troca de vivências um alívio para a carga emocional e uma oportunidade de desenvolver novas perspectivas sobre seus desafios.
A comunicação aberta dentro da família também é fundamental. Compartilhar sentimentos de cansaço, insegurança ou tristeza com o parceiro ou com familiares de confiança pode reduzir a sensação de carregar o peso da maternidade sozinha. É essencial que esse diálogo aconteça em um ambiente livre de julgamentos, onde as emoções sejam validadas.
Em alguns casos, procurar apoio psicológico é importante para elaborar sentimentos de solidão e resgatar a autoestima. O acompanhamento profissional pode ajudar a desenvolver estratégias para lidar com a sobrecarga emocional e encontrar equilíbrio entre as necessidades pessoais e familiares.
Além disso, pequenas mudanças na rotina podem fazer diferença significativa. Reservar momentos para cuidar de si mesma, investir em atividades que tragam prazer e buscar tempo de qualidade, mesmo que breve, são atitudes que contribuem para restaurar a conexão interna e fortalecer a identidade pessoal para além da maternidade.
Romper com a idealização da mãe que dá conta de tudo sozinha é um passo importante para transformar essa experiência. A maternidade não precisa ser vivida em solidão; construir laços e aceitar ajuda são atitudes que demonstram coragem e sabedoria.
Para saber mais sobre dores que as mães sentem, visite https://leiturinha.com.br/blog/mommy-burnout-o-esgotamento-de-maes-sobrecarregadas/ e https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/os-cuidados-com-a-saude-mental-das-maes-precisam-acontecer-desde-a-gestacao/