02/04/2025
Recusar-se a dormir sem luz acesa, demonstrar angústia ao entrar em um cômodo escuro ou chorar só de pensar em ficar sozinho: esses comportamentos podem indicar algo além do medo infantil comum. Em muitos casos, trata-se de sinais de fobia, como a nictofobia — medo intenso e persistente do escuro. Identificar corretamente essa condição e saber como lidar com ela é essencial para garantir o bem-estar da criança.
Diferente do medo passageiro, que costuma aparecer entre os três e sete anos como parte do desenvolvimento emocional, a fobia envolve reações físicas e psicológicas intensas, como tremores, palpitações e pânico. Crianças com fobia evitam determinadas situações de forma extrema e demonstram sofrimento real diante delas. A abordagem, nesse caso, precisa ser cuidadosa, empática e contínua.
Bruno Alencar, assessor pedagógico do Colégio Anglo Itapema, destaca a importância do acolhimento no enfrentamento dessas situações. “Quando a criança sente que pode falar sem ser julgada, ela se abre para enfrentar o medo com mais segurança. O apoio familiar faz toda a diferença nesse processo”, comenta. Criar esse espaço de escuta, onde o medo é reconhecido e respeitado, é o primeiro passo para ajudar.
Uma estratégia eficaz envolve a exposição gradual ao objeto do medo. No caso do escuro, por exemplo, vale usar uma luz noturna, deixar a porta entreaberta ou até acompanhar a criança até que ela adormeça. Com o tempo, pequenas conquistas aumentam a sensação de controle e segurança, diminuindo a ansiedade associada à situação temida.
Outros recursos como contar histórias tranquilas, permitir que a criança escolha seu próprio abajur ou criar um ritual de sono acolhedor podem reforçar a sensação de proteção. Evitar frases como “não precisa ter medo” ou “isso é bobagem” também é importante, pois elas tendem a inibir o diálogo e agravar a angústia.
Se, mesmo com essas estratégias, a fobia continuar interferindo no sono, no rendimento escolar ou nas interações sociais, é recomendado procurar apoio profissional. A terapia cognitivo-comportamental costuma apresentar bons resultados, ajudando a criança a compreender seus pensamentos e lidar de forma mais saudável com o medo.
A superação da fobia infantil é possível com compreensão, respeito e um ambiente emocionalmente seguro. Com o apoio adequado, a criança aprende a confiar em si mesma e transforma experiências desafiadoras em aprendizados para a vida toda. Para saber mais sobre fobia, visite https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2021/08/o-que-e-nictofobia-5-pontos-para-entender-o-medo-do-escuro.html e https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2013/09/seu-filho-tem-medo-do-escuro.html